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Brasil é destaque no debate global sobre sustentabilidade e clima

Neste cenário, médicos-veterinários e zootecnistas são agentes de inovação
Sistema integrado de lavoura-pecuária-floresta, gado em um pasto com vegetação nativa e ao fundo o curral e mais vegetação.
10 minutos

Com a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30) marcada para 10 a 21 de novembro de 2025, em Belém (PA), o Brasil assume um papel de destaque no debate mundial sobre sustentabilidade e clima. A realização do evento em território nacional representa, simultaneamente, um alerta e uma oportunidade: como alinhar o desenvolvimento do País, especialmente do setor agropecuário, às metas ambientais globais?

As mudanças climáticas são uma realidade, a adaptação e sua mitigação exigem o engajamento de toda a cadeia produtiva. Para o médico-veterinário e pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste, Alexandre Rossetto Garcia, os maiores desafios para atingir as metas de mitigação de gases de efeito estufa (GEE) envolvem:

✔️Mudança de paradigma no sistema de produção, com a transição para modelos biodiversos que integrem pastagem a culturas agrícolas e/ou florestais;

✔️Migração dos modelos de produção extensivos para mais intensivos e sustentáveis, aumentando o número de animais por hectare, sem ampliar a área ocupada;

✔️Elevação da produção individual, por uso de biotécnicas reprodutivas, estratégias nutricionais e de saúde dos rebanhos;

✔️Redução do ciclo pecuário, por meio do aumento da eficiência reprodutiva dos rebanhos com o melhoramento genético, garantindo, assim, um abate mais precoce.

A zootecnista Flavia Fernanda Simili, pesquisadora do Instituto de Zootecnia da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (IZ/SAA-SP) e diretora do Núcleo Regional de Pesquisa de Ribeirão Preto, observa que um dos principais desafios é tornar os sistemas de produção de carne e leite mais eficientes nos âmbitos econômico, zootécnico e ambiental.

“Embora o Brasil seja um dos principais países produtores/exportadores de carne bovina, nossos sistemas de produção se caracterizam por serem extensivos. Nesses sistemas, o manejo incorreto dos pastos ainda é um grande gargalo como, por exemplo, quando a taxa de lotação de animais excede a capacidade de suporte da pastagem, o que acarreta consumo excessivo de forragem, prejudicando a rebrota das plantas e a produtividade dos sistemas”, explica pesquisadora do IZ/SAA.

Flavia acrescenta que cerca de 42% das terras agropecuárias brasileiras são ocupadas por pastagens; dessas, aproximadamente 32% apresentam algum grau de estágio de degradação.

“Uma das estratégias para recuperação dessas áreas é o uso de sistemas integrados de produção agropecuária (Sipa) que combinam a produção de grãos, carne e/ou leite. Esses sistemas, embora mais complexos, são mais eficientes, resilientes e contribuem positivamente para a sustentabilidade da produção animal”, enfatiza a zootecnista e pesquisadora.

Caminhando para uma pecuária mais sustentável

Segundo Flavia, o agronegócio brasileiro já avança em práticas mais sustentáveis, como o sistema de plantio direto (SPD) e os sistemas integrados (Sipa), que aliam produtividade e conservação do solo. No SPD, a palhada cobre o solo, evitando revolvimento excessivo e favorecendo a rotação de culturas.

“Com a associação entre SPD e Sipa, o agricultor ‘ganha tempo’ para a produção de alimentos, o pecuarista ‘ganha o pasto’ no período da safrinha, para produção de bovinos, e o ambiente agradece os benefícios promovidos pelo sinergismo entre essas duas atividades do Agro”, ressalta a pesquisadora do IZ/SAA.

Sistema ILPF

Embora o sistema integrado lavoura-pecuária-floresta (ILPF) esteja em evidência, o Brasil pesquisa sistemas similares há décadas. O ILPF aumenta a biodiversidade ao integrar componentes agrícolas e florestais às pastagens, quebrando o ciclo da monocultura. Segundo Rossetto Garcia, isso favorece tanto a diversidade vegetal quanto a microfauna do solo e atrai pequenos mamíferos e aves antes inexistentes.

“A partir do momento em que o sistema é implantado, há aumento da retenção de umidade local e de água no subsolo, impactando positivamente na qualidade do solo em função da ampliação da população de microfauna e da quantidade de matéria orgânica, além da redução da temperatura do ar, o que favorece no bem-estar dos animaisde produção”, explica o médico-veterinário e pesquisador.

Rossetto Garcia acrescenta que, em experimentos conduzidos na Embrapa, estações meteorológicas automáticas registraram queda da temperatura do ar de 0,6ºC a 1,5°C nos períodos de maior estresse térmico. Esse resultado, obtido em sistemas ILPF em comparação com pastagens convencionais, representa um ganho expressivo para o conforto animal.

Animais criados em sistemas ILPF, em comparação com aqueles mantidos em áreas sem arborização:

✔️ apresentam menor estresse, tanto crônico quanto agudo;

✔️ reduzem a ida aos bebedouros em 24% a 26%, consequentemente diminuindo o consumo de água.

Sustentabilidade e economia

Para o cientista de dados agropecuários, professor e pesquisador da Faculdade de Ciências Agronômicas da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (FCA/Unesp), campus de Botucatu, e coordenador do Grupo de pesquisa e extensão em Administração, Tecnologia e Engenharia com foco nas Ciências Agrárias (Ateca), Daniel Sá Freire Lamarca, os sistemas ILPF representam mais que uma tecnologia: constituem uma filosofia de manejo integrada que busca otimizar o uso da terra e dos recursos naturais.

“Ao combinar de forma inteligente as atividades de lavoura, pecuária e floresta, o ILPF oferece uma abordagem holística para transformar a pecuária de uma atividade muitas vezes associada à degradação ambiental para um modelo de produção que é produtivo, lucrativo, resiliente e, acima de tudo, ambientalmente responsável”, enfatiza Lamarca.

Segundo Rossetto Garcia, o uso dos recursos naturais nos sistemas ILPF é mais racional. “Temos melhor uso da terra como recurso natural, melhor uso do espaço físico pelo aumento da produtividade e uma redução no uso da água para consumo dos animais.”

Conscientização ambiental

Lamarca observa que a crescente conscientização ambiental dos consumidores, no Brasil e no exterior, pressiona a cadeia produtiva a adotar práticas sustentáveis que conciliem ganhos de produtividade com as expectativas do público.

“O sistema silvipastoril (SSP) é uma ferramenta poderosa para a pecuária brasileira se posicionar na vanguarda da sustentabilidade global, atendendo às crescentes expectativas de um consumidor cada vez mais consciente e exigente”, afirma.

Rossetto Garcia acrescenta que a pecuária nacional se baseia, majoritariamente, em áreas de pastagens cultivadas, cerca de 180 milhões de hectares que abrigam mais de 95% do rebanho bovino e bubalino. Desse total, apenas 15 a 18 milhões de hectares utilizam das práticas integradas, seja por ILPF, pecuária-floresta ou pecuária-lavoura.

“Temos um potencial de crescimento gigantesco dos sistemas integrados no Brasil, muito associado às condições e habilidades prévias do pecuarista de incorporar novas tecnologias e atividades dentro de seu sistema de produção, o que pode ser feito por meio próprio ou então por parcerias com produtores agrícolas ou florestais”, destaca o pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste.

Financiamento ambiental

O custo de implantação continua sendo um dos principais entraves para a expansão dos sistemas integrados e precisa ser tratado como política pública. Segundo Rossetto Garcia, são indispensáveis incentivos governamentais à pecuária sustentável que estimulem a incorporação de componentes florestais e agrícolas às áreas de pastagem, recompensando o produtor que adota a tecnologia.

“É importante termos projetos com taxas de juros acessíveis e incentivos aos produtores para que o ILPF alcance cada vez mais espaço. Existe tecnologia desenvolvida para uso do ILPF em todas as regiões do Brasil, atendendo as necessidades locais. É essencial também que essas informações cheguem até o consumidor final, bem como ao produtor que é quem de fato vai implantar e adotar a tecnologia no dia a dia”, afirma o pesquisador da Embrapa.

Para Lamarca, sem um financiamento robusto e bem direcionado, as visões da bioeconomia, da economia circular e ciência aplicada a sistemas agroalimentares resilientes permanecerão no plano teórico ou restritas a nichos de alta tecnologia e capital.

“As políticas públicas juntamente com o financiamento de projetos funcionam como um catalisador que transformam a pesquisa científica em soluções aplicáveis, a teoria em prática, e a intenção em impacto real”, alerta o coordenador do Ateca/Unesp-Botucatu.

Agentes de inovação

Em um cenário de mudanças climáticas, médicos-veterinários e zootecnistas são agentes de inovação na cadeia produtiva animal. Rossetto Garcia enfatiza que esses profissionais são corresponsáveis pelo desenvolvimento de tecnologias e ferramentas que possam ser empregadas no campo para garantir a produção de alimentos da forma mais segura, sustentável e econômica. O resultado se reflete na qualidade dos produtos, na eficiência dos sistemas de produção, bem como na conversação dos recursos naturais para as gerações futuras. “Somos parte ativa nesse processo de transformação”, ressalta.  

Lamarca acrescenta que a inovação é um ponto-chave para enfrentar o problema, pois esses profissionais reúnem expertise em bioclimatologia animal para mitigar o impacto climático sobre os rebanhos e, simultaneamente, introduzir técnicas de manejo que reduzem a emissão de GEEs:

“Torna-se fundamental a utilização de KPIs (Key Performance Indicator) para medir e controlar as variáveis essenciais ligadas às mudanças do clima no processo produtivo. A partir disso, a percepção e a compreensão sobre os elos do processo que permitem ser executados de maneira otimizada ficam mais evidentes”, afirma o coordenador do Ateca/Unesp-Botucatu.

Flavia Fernanda Simili reforça o papel desses profissionais na transferência e aplicação do conhecimento técnico. Médicos-veterinários e zootecnistas são responsáveis por promover:

✔️ melhores índices zootécnicos;

✔️ prevenção de doenças;

✔️ nutrição animal adequada;

✔️ bem-estar animal;

✔️ melhoramento genético;

✔️ segurança alimentar;

✔️ desenvolvimento de tecnologias inovadoras, visando aumentar a produtividade de forma eficiente e ambientalmente responsável.

Nutrição animal: uso de produtos naturais

O uso de produtos naturais na alimentação animal é uma tendência crescente e pode ser um dos caminhos para que a carne brasileira seja reconhecida como de baixa emissão. Flavia lembra que as emissões de metano entérico (CH4) são naturais em ruminantes e podem resultar em perdas energéticas de até 12%. Assim, práticas de manejo que reduzam essa produção entérica melhoram a eficiência alimentar e a mitigação de GEE.

“Além de produtos naturais que podem ser adicionados à dieta dos animais, podemos, ainda, adotar técnicas que enriquecem os ambientes pastoris. Melhorar a qualidade da forragem durante o pastejo, com a introdução de leguminosas associadas às gramíneas é uma importante estratégia para fornecer alimento mais rico em proteína bruta e com melhor digestibilidade, contribuindo positivamente para o desempenho animal”, explica a zootecnista e pesquisadora.

As leguminosas fixam nitrogênio atmosférico, promovendo maior ciclagem de nutrientes nas pastagens e reduzindo o uso de fertilizantes. Flávia destaca o amendoim-forrageiro (Arachis pintoi) como espécie promissora: persistente, perene e bem adaptada a solos tropicais. Pesquisas de mais de 10 anos indicam que pastagens mistas com amendoim-forrageiro dispensam adubação nitrogenada, caso emblemático é a Fazenda Guaxupé (Rio Branco, AC), há mais de 20 anos sem aplicação de nitrogênio químico.

Expectativas para COP30

Pela primeira vez sediando a COP, o Brasil terá, em Belém, a chance de exibir suas iniciativas de produção sustentável de alimentos, ainda pouco conhecidas no exterior.

Rossetto Garcia destaca que a Embrapa Amazônia Oriental, unidade da Embrapa em Belém do Pará, terá uma vitrine de tecnologias desenvolvidas pelas unidades regionais de todo o País. Ele espera que gestores e governantes possam estimular a implementação das soluções tecnológicas em seus países, com maior destinação de recursos financeiros para as pesquisas voltadas à sustentabilidade da produção de alimentos no mundo.

Entre os avanços da Embrapa estão:

– avaliação e monitoramento do uso da terra, com a recuperação de cerca de 40 milhões de hectares de áreas degradadas de pastagens;

– tecnologias para redução da emissão de GEE e implantação de sistemas integrados;

– desenvolvimento de forrageiras e leguminosas adaptadas ao estresse hídrico e às altas temperaturas;

– melhoramento e seleção de animais de produção mais resilientes e resistentes a estresse calórico, com menor consumo hídrico e manutenção da fertilidade, mesmo em condições ambientais desafiadoras.

Para Lamarca, o Brasil apresentará ações de combate às mudanças climáticas e buscará novas parcerias. “A agenda climática possui diversos tópicos, o Brasil é protagonista no que se refere à proteção das florestas; à forma como realiza o processo de produção agropecuária; e à produção de energia limpa e renovável”, reforça.

Flavia acrescenta que a COP30 mostrará o compromisso brasileiro com a pecuária de baixo carbono. “Embora nossa pecuária ainda precise melhorar seus índices zootécnicos e a eficiência na produção animal, nosso país é produtivo e detém em torno de 60% das florestas preservadas. Além disso, o evento permitirá demonstrarmos que nossa produção de energia é proveniente de fontes renováveis, e que utilizamos combustíveis de baixa emissão de GEE para nosso transporte”, conclui a zootecnista e pesquisadora.

Conheça alguns dos cases práticos desenvolvidos no Brasil:

  • Produção mais sustentável de suínos

O sistema Flotub, desenvolvido pelo Instituto de Zootecnia, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (IZ-APTA-SAA-SP) em parceria com a empresa JL Tecnologia Ambiental (JLTEC), trata efluentes (fezes, urina e água de limpeza) de granjas, gerando biogás, adubos e água de reuso.

Os dejetos da granja são conduzidos por tubulações e submetidos a tratamento em várias etapas. Primeiro, separa-se a parte sólida, destinada à produção de composto orgânico, da parte líquida, que segue para um biodigestor, onde fermenta por, no mínimo, 30 dias e gera biogás. O efluente remanescente passa por digestão aeróbica, floculação e clarificação; nessa etapa, o lodo é separado para uso como biofertilizante. A água clarificada, por sua vez, é desinfetada, analisada e armazenada para reuso.

A pesquisadora do IZ e coordenadora do projeto, Simone Raymundo de Oliveira, salienta que, além do tratamento dos dejetos, é fundamental adotar manejo alimentar cuidadoso, visando maior eficiência nutricional e redução do desperdício de água e insumos.

“Considerando os efluentes de uma única matriz e seus leitões, é possível obter o equivalente a 55 botijões de gás (GLP P-13) por ano, além da recuperação de 70% da água contida nos dejetos. Desta forma, transformamos o passivo ambiental em ativo financeiro, tornando a suinocultura mais sustentável.”

  • Neutralidade climática na pecuária

O Centro de Ciência para o Desenvolvimento da Neutralidade Climática da Pecuária de Corte em Regiões Tropicais (NeuTroPec) vinculado ao Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento Regional de São José do Rio Preto mantido pelo IZ-Apta-SAA, foi criado em 2023 com o objetivo de impulsionar a neutralidade climática e mitigar as emissões de GEE.

Resultado de parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e a iniciativa privada, a projeto desenvolve tecnologias em nutrição, reprodução, programação fetal, bem-estar animal e estratégias genômicas para aprimorar os sistemas de produção.

A fazenda-modelo, com 220 hectares, avalia produtividade animal, a emissão de GEE e o sequestro de carbono em diferentes sistemas de produção de bovinos de corte, oferecendo ao produtor indicadores ambientais e zootécnicos para escolher o modelo mais adequado à sua propriedade.

A pesquisadora Renata Helena Branco Arnandes destaca que a unidade dispõe do Laboratório de Fermentação Ruminal e Nutrição de Bovinos de Corte, que simula as condições do rúmen (parte anterior ao estômago do animal) para acompanhar as transformações metabólicas e medir o potencial dos aditivos.

“Em conjunto com as empresas SilvaTeam e JBS, o projeto busca reduzir a emissão de metano na atmosfera a partir do uso de aditivos naturais que tornam o processo de fermentação da dieta mais eficiente.”

  • Monitoramento e alerta de temperaturas extremas

Diante do agravamento das mudanças climáticas, com ondas de calor e de frio cada vez mais frequentes, o Grupo de Pesquisa e Extensão em Administração, Tecnologia e Engenharia com foco nas Ciências Agrárias (Ateca), da Faculdade de Ciências Agronômicas, da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (FCA/Unesp), campus Botucatu, desenvolveu o Zootempo, um sistema de baixo custo para monitorar e emitir alertas de extremos de temperatura em produções de aves, bovinos e suínos.

A solução reúne dois módulos complementares:

– Dispositivo Zootempo (IoT): instalado na propriedade, mede e transmite, via Wi-Fi, dados do microclima em tempo real. As informações são armazenadas em banco de dados on-line e em cartão de memória, permitindo consulta histórica.

– Zootempo Web: plataforma que acessa bases meteorológicas globais e fornece previsões climáticas para os próximos cinco dias, considerando as coordenadas da propriedade, a espécie e fase produtiva dos animais.

Compatível com celulares e computadores, o sistema democratiza o acesso à tecnologia para pequenos e médios produtores e fortalece a resiliência da pecuária frente às variações climáticas.

“Seu grande diferencial é levar em consideração a região da produção, o tipo de animal e a sua fase de produção para indicar o estado de estresse”, enfatiza o coordenador do Ateca, Daniel Sá Freire Lamarca.

  • Vantagens do sombreamento na pecuária de corte

Pesquisa coordenada pela Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP), em parceria com a Fapesp, avaliou o conforto térmico de bovinos das raças nelore e canchim criados em pastagens com sombreamento limitado e em sistema ILPF.

O ILPF mostrou-se mais eficiente na melhoria do microclima, reduzindo a temperatura, aumentando a umidade e diminuindo a radiação solar nas pastagens, fatores que favoreceram o conforto térmico e reduziram o estresse calórico dos animais.

Principais resultados:

✔️Menor temperatura e radiação nas áreas com ILPF, melhorando o bem-estar dos animais, especialmente na primavera e verão;

✔️Capim de melhor qualidade, com mais folhas verdes por mais tempo durante o período seco, beneficiando a alimentação;

✔️Menor estresse nos animais, confirmado por observações de campo e bioindicadores laboratoriais;

✔️Mais descanso noturno: bovinos em ILPF repousaram mais à noite, enquanto os a pleno sol precisaram se deslocar mais nesse período para compensar o desconforto diurno (dados de acelerômetros);

✔️Economia de água: animais em ILPF acessaram o bebedouro 26% menos que aqueles em pasto aberto, indicando menor consumo hídrico.

“Do ponto de vista da sustentabilidade, o sistema é mais equilibrado ecologicamente, capaz de obter maior retenção de carbono do que monoculturas. E, além de promover bem-estar animal, pode ajudar no atendimento a padrões internacionais e na conquista de mercados mais exigentes”, afirma o pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste, Alexandre Rossetto Garcia.

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